Nos últimos anos, a população brasileira viu um boom de crescimento da chamada “nova classe média”. São trabalhadores, empreendedores e funcionários reconhecidos em suas posições. Estudantes que tiveram oportunidades com bolsas de estudo e melhor qualificação profissional, principalmente técnica, elevando seus salários.
Foi a maior mobilidade social vista no país em muito tempo, e com isso, vimos surgir uma nova classe média, sedenta por novidades e coisas que nunca haviam experimentado. Iniciava-se uma mudança no mercado.
Com esse movimento, a Nova Classe média tornou-se o desejo de muitos negócios. Era um novo nicho de consumidor, pronto para pagar, – e com dinheiro para pagar – por um produto melhor. Ele compra exatamente o que quer, e não para caber em um orçamento mais limitado.
O tamanho da nova classe média
Em 2013, o estudo Faces do Serasa Experian, em parceria com a Data Popular sobre a classe média, afirmava que “para se ter uma ideia, se a classe C formasse um país, seria o 12º em população, com mais habitantes que a Alemanha, o Egito e a França, e a 18º nação do mundo em consumo, podendo pertencer ao G20”.
Estamos em 2016, mas não pense você que o mercado mudou muito de lá para cá. Sim, estamos enfrentando uma crise de investimento, o que faz o dinheiro parar, fazendo com que o poder de consumo dessa nova classe média diminua, mas não desapareça. Ele continua aí, para quem quiser abocanhar.
E é sobre esse novo perfil que a gente vai conversar um pouco durante essa postagem. Entender a nova classe média é muito importante na hora de montar um mix de produtos, um portifólio.
O sucesso de um Distribuidor Atacadista está diretamente atrelado aos produtos que ele oferece. A qualidade, marca, segmentação. E tudo isso pode ser influenciado pelas tendências de consumo percebidas na nova classe média. Por isso, é preciso ficar de olho.
Quem é a nova classe média?
Os mais pessimistas disseram que não, mas ela existe sim. Pode, de fato, não ser uma classe C, mas está aí para consumir.
A redução da pobreza brasileira neste século fez da classe C a maior do País. Com base em critérios de renda, o grupo engloba atualmente algo como 110 milhões de pessoas, de uma população total estimada há pouco pelo IBGE em 202 milhões de pessoas.
A segmentação desta nova classe social serve de auxílio para todos os tipos de distribuidores e atacadistas. É um indicativo de para onde o mercado está caminhando, seja no setor de alimentos, produtos de higiene, eletrônicos, ou até mesmo o mercado de beleza.
Para atingir a nova classe média, é preciso ficar atendo a um mix de produtos criativo – e o produto em si também precisa ser criativo.
O perfil do integrante da nova classe média é quase sempre de um desbravador, sempre inclinado a inovação, ao diferente. E é fácil entender porque. Em sua maioria, estão vendo tudo pela primeira vez, experimentando o mundo de uma nova forma.
Têm acesso à TV a Cabo, podem comprar TVs de tela plana, mas não podem ter um novo sofá. Têm condições para comprar, mas o tamanho da sala ainda não permite tal aquisição. Essa é a nova realidade dessas famílias.
Essa nova cara da classe média, aliada ao espírito sempre aventureiro do brasileiro, desperta o interesse do consumidor verde e amarelo a ponto de abrir-se ao novo e dedicar-se, muitas vezes, ao consumismo por puro luxo. Simplesmente porque agora ele pode. E deve.
Porque é importante prestar atenção na nova classe média?
Segundo Renato Meirelles, presidente do instituto Data Popular, “a classe média deixou de ser um segmento de mercado, e para a maioria das categorias se tornou o principal público consumidor.
Entender as várias faces deste público é fundamental para que empresas e o poder público desenvolvam estratégias mais eficientes de marketing e comunicação. Afinal, estamos falando de mais 100 milhões de pessoas”.
No ano de 2013, a chamada Nova Classe Média consumira mais de R$ 1,17 trilhão de reais, movimentando 8% a mais que a metade do crédito do Brasil.
Vale lembrar que, para 2014, estava previsto o consumo de 8,5 milhões de viagens nacionais, 6,7 milhões de aparelhos de TVs, 4,8 milhões de geladeiras e 4,5 milhões de tablets. Um grande mercado para ser explorado, em todas as categorias.
É preciso entender este novo perfil de consumidor para planejar ações. Campanhas de vendas, mix de produtos, regiões de atuação, e muito mais.
Entendendo a nova classe média
É importante analisarmos que o comportamento do consumidor da Nova Classe Média é diferente do consumidor da Classe Média Tradicional, portanto, entender essa mudança torna-se fundamental na hora de planejar a estratégia do seu negócio Atacadista Distribuidor. Influenciando inclusive no modo como você cria e otimiza seu portfólio de produtos.
A nova classe média é muito distinta em imaginário, que a classe média tradicional de nosso país. São absolutamente pragmáticos. Assim, valores universais e regras gerais são colocados sob suspeição com facilidade, o que se reflete na fidelidade (ou falta dela) no consumo de produtos e marcas.
Outra característica interessante entre os emergentes, é que eles valorizam mais espaços de socialização em suas casas. Talvez porque a distribuição de cômodos das residências de seus pais se fundia com o espaço de privacidade. Luxo que ele nunca teve.
Um estudo publicado no jornal Valor Econômico revelou que 52% dos consumidores de baixa escolaridade desejariam reformar a cozinha de sua casa ao invés do quarto. Enquanto que para a classe média tradicional o resultado é inverso.
Para a classe média tradicional, o quarto é o espaço da intimidade, de culto à individualidade. Mas nem sempre o é para a residência da nova classe média.
Ela precisa se inserir em um círculo social, e mostrar a ascensão é essencial para eles, por isso à preferência aos espaços sociais da casa.
Ou seja, itens em seu portfólio que se relacionam com esse espaço podem ser repensados (copos diferenciados, toalhas com estampas, etc).
São exemplos como esse que demonstram como estamos lidando com um perfil totalmente novo de classe média, com anseios diferentes da versão anterior.
Porque a nova classe média ainda é importante?
Apesar da crise, o país continua crescendo, embora de forma mais lenta. Dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo, diz que o Brasil irá crescer em 3,3% no setor, ao contrário dos 3,1% mundiais em 2016.
Outro exemplo, é o mercado brasileiro de computadores, que também mostra números positivos. De acordo com estudos realizados pela IDC Brasil, foram vendidos 1,1 milhão no primeiro trimestre de 2016. Um aumento de 13% se comparado ao mesmo período em 2015.
Um outro mercado muito importante para o brasileiro – o de beleza – também retomou o aumento. Depois de 23 anos de crescimento contínuo, mostrou queda de 6% no início de 2016, mas já mostra retorno com projeções de crescimento na casa dos dois dígitos.
Nos últimos anos o Brasil sofreu uma das mais profundas mudanças da sua história. Milhões de pessoas ascenderam economicamente e passaram a ter acesso a bens e serviços antes exclusivos a outras classes.
Diante desse novo cenário, o consumidor amadureceu e se transformou. Na última década, mais de dez milhões de mulheres entraram no mercado de trabalho, 53 milhões de pessoas passaram a ter acesso à internet, 50 milhões de contas bancárias foram abertas e o País ganhou dez milhões de universitários.
Conclusão
Entender o que essas pessoas – que agora têm poder aquisitivo para adquirir os produtos distribuídos pelo seu negócio – precisam, cabe a você.
A gente tentou, nessa postagem, iniciar uma espécie de reflexão sobre a importância em entender o consumidor e o mercado.
As estratégias você já conhece. É preciso segmentar, tornar-se importante e montar uma estratégia que preveja a participação dessas pessoas no mercado consumidor.
E entender que essa nova classe média é, para muitas categorias, o futuro do país. Vale a pensa pensar né? Eu acho que sim. E você?
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