Atacarejo é um neologismo que designa uma forma de comércio que reúne atributos de duas formas tradicionais de comercialização: o atacado e o varejo, com os conceitos de self-service (autosserviço) e de cash & carry (pague e leve).

Para muitos empresários, o Atacarejo representa uma ameaça ao desempenho do Atacadista Distribuidor, já que o mesmo tem papel de loja e de atacadista, roubando os clientes que consumiriam em supermercados, que por sua vez, compram de Atacadistas Distribuidores. Porém, o mesmo modelo de negócio pode mostrar-se uma bela opção de investimento para o empresário mais ambicioso.

Como funciona

O atacarejo possui foco em preços baixos, típicos do atacado, com serviços mais semelhantes aos do varejo. Nele, há um alto volume de vendas, o que compensa os preços baixos, assim como a reunião do ponto de distribuição e do ponto de venda num mesmo lugar. Todavia, o modelo possui alguns problemas, dentre eles a dificuldade de fornecimento de produtos perecíveis e mercadorias que exijam reposição imediata.

Segundo uma pesquisa da consultoria Nielsen, essa foi a modalidade de supermercado cujas vendas mais cresceu em 2014. A expansão foi de 9,7% no segmento, quase o dobro da experimentada pelo setor como um todo (4,9%). As vendas dos hipermercados varejistas (lojas com mais de 20 caixas para cobrança) chegaram a cair 0,7% em 2014, ano marcado por uma expansão do PIB de parcos 0,1%.

Em um momento de estagnação da renda, maior endividamento das famílias e inflação em alta, a classe C não quer deixar de consumir os produtos aos quais se acostumou nos últimos anos. E uma forma de tentar evitar isso é comprar esses produtos mais baratos nos atacarejos.

Em 2014, o atacarejo brasileiro, que inclui redes como Assaí, Maxxi e Atacadão, se expandiu 12%. E o segmento adicionou a sua carteira de clientes um total de 1,4 milhão de novas famílias, segundo a Nielsen. A classe C ganhou mais espaço no setor: passando de uma participação de 47,9% para 49,2% das vendas entre 2013 e 2014.

A Estratégia do Atacarejo

Com as vendas do atacarejo tão aquecidas, não é difícil entender porque a modalidade segue no centro da estratégia da expansão das grandes redes varejistas no Brasil.
O Carrefour comprou o Atacadão por US$ 1,1 bilhão ainda em 2007 e o Walmart tem a rede Maxxi. O Pão de Açúcar é dono do Assaí e nos últimos três anos investiu R$1 bilhão para ampliar a rede. Em cinco anos, o faturamento cresceu 200%. Só em 2014 foram abertas nove novas unidades.

Para alguns especialistas, o atacarejo tende a ganhar força enquanto os hipermercados minguarão até chegar a um fim. Mas ainda é cedo para afirmar com tanta certeza. Em um cenário de crise, novos investimentos de pequenos negócios de bairro também podem afetar o desempenho dos atacarejos.

A origem dos Atacarejos

As lojas de atacarejo em geral são instaladas em grandes galpões em avenidas ou áreas afastadas do centro da cidade e oferecem um mix de produtos menor que um hipermercado ou supermercado comum. Seus custos são mais baixos porque elas têm uma estrutura mais enxuta. A própria loja funciona como depósito e muitas vezes os produtos são empilhados nos corredores ou enormes estantes.

Inicialmente, o foco das vendas eram pequenas e médias empresas. Nos últimos anos, porém, muitas famílias também passaram a ser atraídas pelos preços, que, em alguns casos, chegam a ser mais de 30% mais baixos que outras modalidades de mercados varejistas. Os clientes não têm muito conforto, embora algumas redes, como a Assaí, nos últimos anos tenham feito melhorias para “reduzir a rejeição” de alguns segmentos da população ao modelo. As lojas têm ar-condicionado, uma ambientação melhor e estacionamento coberto.

As redes costumam cobrar dois preços para um mesmo produto: um mais barato para quem leva grandes quantidades (atacado) e outro mais caro para quem leva menos.
Originalmente, o cliente precisava comprar uma caixa inteira para ter direito ao desconto, em alguns exemplos, três unidades do mesmo produto já configuram desconto de atacado.

E você, o que acha dos Atacarejos? Tem incomodado ou só vem ajudar o Atacadista Distribuidor?

Para deixar a equipe de vendas ainda mais produtiva, você pode considerar a utilização de um aplicativo ou solução para automatizar a força de vendas. Veja como funciona.